quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Iniciando 2007





Uns ficam, outros aparecem. Uns vão embora e não voltam mais e outros acabam, uma ou outra hora, voltando. Todos, no entanto, acabam fazendo parte de nossa história. De todos, lembramos com carinho. Todos ajudaram a compor um pouco o que somos hoje. Todos sabem que corre em suas veias, o sangue adrenalizado do handebol. Agora, quantos de nós temos noção de que em algum momento de nossas vidas esse energia e poder que o handebol transmite pode fazer toda a diferença?

Mas, um novo ano começara. Como superar expectativas? Manter um quarto lugar nos Regionais para as garotas ou melhorar ainda mais essa colocação e colocar de volta os garotos numa condição que pudesse sugerir que a continuidade estava existindo. Some-se a isso o fato de que sabíamos que a preparação física e técnica dos nossos atletas iria precisar mudar radicalmente. Precisaríamos substituir treinos excessivamente monótonos e pouco aproximado com situações que eles passavam em quadra por algo mais dinâmico, efetivo e forte. Junto com essa mudança, precisávamos de uma mentalidade diferente em nossas equipes. Tínhamos todos que encarar nosso treinamento de forma mais séria ou como acostumamos a dizer nesse ano em algumas ocasiões, precisávamos treinar forte para jogar tranqüilos, ou "é preferível treinar chorando e jogar sorrindo do que treinar rindo e chorar depois do jogo". Mas como mudar algo que estava mais ou menos tacitamente colocado, a saber, que Diadema era um passatempo ou um espaço para jogarem simplesmente. Afinal, não havia qualquer contrapartida por parte da Secretaria. Sem vale-transporte, quase sem campeonatos para disputarem, sem lanche para as competições, sem uniformes para todos os participantes, sem bolas suficientes, sem ginásio adequado para jogos e competições, era difícil perceberem que no Esporte (e mais ainda em Diadema) é sempre preciso ganhar antes para pedir depois. A visibilidade é sem dúvida fundamental para uma equipe que almeja ser levada a sério.







Para tanto, conquistamos definitivamente o horário da segunda à noite e resolvemos aplicar um trabalho mais intenso de hipertrofia muscular no começo do ano aliado ao trabalho com bola. Além disso, aprimoramos o trabalho de saltos e de velocidade, entendendo que aí nesses requisitos repousam grande parte do que é necessário a um atleta mais sério de handebol, além, é claro dos atributos técnicos e genéticos fundamentais. Entretanto, sem a preparação física adequada, os últimos não são suficientes para garantirem, hoje em dia, o sucesso no handebol. Precisamos (como qualquer equipe) de atletas altos (de preferência perto dos seus 1,90m), com grande envergadura, inteligentes e disciplinados, mas também precisamos torná-los minimamente fortes e velozes, o que significa proporcionar-lhes condições suficientes para que obtenham uma estrutura muscular avantajada sem perder a rapidez e velocidade tanto de movimento quando de pensamento. Não dá para conceber o handebol sem contato físico, sem velocidade, sem força, sem essa intermitência constante de exigências máximas e médias. Diadema precisa se tornar, nesse sentido, uma ótima escola de handebol, capaz de produzir atletas em condições de entender cognitivamente a complexidade do jogo e responder técnica e físicamente às exigências que essa complexidade nos coloca (atletas e técnicos) no dia-a-dia dos treinos e dos jogos.

Pois bem. Estava dado o desafio. Estávamos à altura dele? O ano começou difícil, pois precisávamos praticamente remontar uma nova equipe masculina em virtude do trabalho que alguns já tinham arrumado, da desmotivação de outros ou porque haviam ultrapassado a idade limite de disputar os Jogos Regionais. O bom foi que pudemos contar com cerca de 35 garotos e garotas que vieram dos municípios ao redor (São Paulo, Santo André, São Bernardo) e estavam em busca de algum lugar em que pudessem mostrar o quanto podiam contribuir fazendo parte de uma equipe ou que tinham expectativas de disputar os Regionais. Estávamos prontos para começarmos com um novo estilo de treino (para isso muito nos ajudaram os cursos que fizemos no Esporte Clube Pinheiros) em meio a um grupo heterogêneo: uns muitos motivados e outros apenas interessados em passar algumas horas jogando handebol. Demoramos para entender essa diferença. Gostávamos de todos, mas também precisávamos uma hora ou outra, proceder a um tratamento diferenciado em relação a duas posturas opostas nos nossos treinos, apesar de precisarmos de todos eles dentro de nossas equipes.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Simplesmente, Jana...

Raras são as pessoas que se definem através do handebol, Janaína é uma delas.
Vou fuçando os orkuts de vocês e descobrindo muitas fotos interesantes, de momentos inesquecíveis, alguns deles dizem respeito ao handebol. Foi entrando naquele orkut e vendo a foto dela sendo premiada por mim, que fiquei ainda mais perplexo do ela normalmente me deixa nos treinos. Que cara era aquela? Desespero por ter sido premiada por mim? Desiludida da vida em pleno momento de euforia? Não se achava à altura do título ou indigna de receber a medalha? Não sei mesmo... O sorriso da Monalisa de Michelangelo tem uma rival: Janaína. Mas eu aqui do meu jeito, vou aprendendo que os meus maiores "desafetos" são também minhas maiores alegrias. Janaína é doce e amarga; é brisa e ventania; é porto e avalanche; é suspiro e soluço; precípicio e ponte; chuva e arco-íris.
Janaína tem talento e não é só na quadra, não. Olha que bonito poema. Alguém duvida que aí tem paixão no que se faz? Que ela viveria sem o handebol? Que bom que Diadema ajuda-a a ser um pouco o que, de fato, precisa ser.



O título já é para poucos, e diz algo como: Se o Esporte é a moda, o Handebol é o foda! Vamos a ele.

Meu caminho é o gol.
Meu cenário é a quadra.
Meu instrumento é H2L.
Minha profissão é fazer gol e passe pro pivô e detonar na hora do jogo.
Meu erro é pecar no ataque.
Meu conforto é acertar a defesa.
Minha paixão é praticar o esporte.
Minha habilidade é contra-ataque.
Meu vicio é o físico.
Meu lema é todo armardor é mágico e poderoso.
Minha alma é a bola.
Meu caminho é o arremesso.
Minha companhia é a torcida.
Meu amigo é o Stabil.
Minha união é o meu time.
Meu desejo é a vitória.
Meu remédio é o suor.
Meu inimigo é o goleiro.
Meu imprevisto é o marcador.
Meu ódio é perder.
Meu sonho é o titulo.
Meu verbo é ganhar.
Minha fala é o grito.
Meu medo é a derrota.
Meu sonho é ser jogadora profissional.
Meu espírito é HANDEBOL.
Minha vida é jogar HANDEBOL...
100 + janaina

Paola e Cascata (Regionais de Caieiras)

Regionais... Caieiras tinha ginásios cujos tetos transpiravam muito devido à alternância de temperatura da noite para o dia. Jogamos algumas vezes na parte da manhã e o chão ficava constantemente molhado. Além disso, por ser de cimento, não dava a aderência necessária. Além disso, não nos preocupamos tanto com uma preparação física que os colocassem em condições de suportar uma carga tão pesada de jogos (alguns violentos, contra Mongaguá, diga-se de passagem, tanto no masculino quanto no feminino) em tão curto espaço de tempo. Sabíamos que os impactos, os choques iriam acontecer, mas não que a arbitragem iria permitir uma truculência desnecessária de alguns lances. Não estou falando de maldade dos adversários, apenas de critérios para podermos ter até mesmo uma referência para os nossos treinamentos. Bem, fato é que o saldo não foi tão positivo em termos de integridade física de nossos atletas... Após cada jogo, eu e o Fernando ficávamos mais duas ou três horas no hospital da região, precariamente preparado para um evento como os Jogos Regionais.
Paola foi uma garota que nos impressionou muito por sua habilidade e por seus saltos incríveis. Apesar de destra, jogava na ponta direita. Depois de um amistoso com o Sesi de São Bernardo do Campo em que o professor Marcos Grava reunira suas ex-atletas para um jogo amistoso contra a gente, selecionamos algumas garotas (e algumas delas iriam, mais tarde, ajudar a compor nossa equipe para os Jogos Regionais e para as demais competições: Natália, Kaiane, Jadna, Solange), dentre elas, Paola. Ainda conseguimos inscrevê-la para o Torneio da Mercedes e percebíamos o quanto ela seria fundamental na nossa jornada até Caieiras.
Uma preparação rápída porque estávamos próximos de fechar a lista para os Jogos Regionais, garantiu o mínimo entrosamento com nossas garotas. Em Caieiras, no primeiro contra-ataque em que Paola conseguiu receber o lançamento, recebe um empurrão da jogadora de Mongaguá e, vitimada pelo chão úmido, escorrega sobre a perna esquerda, sofrendo uma grave queda. Receosos, sabíamos que poderia ser muito complicado, que a torção do joelho poderia ter ocasionado a lesão nos ligamentos. O diagnóstico veio a se confirmar mais tarde. A cirurgia bem mais à frente e a recuperação ainda anda em processo. Hoje, estamos na expectativa de poder contar com a importante presença dela em nossa equipe. Afinal, quem fez parte de nossa equipe sempre fará e a Paola é uma garota muito especial, quem tem muito a nos encantar ainda, fora e dentro de quadra.
Não parou por aí... Teve a torção da Fernandinha, num lance isolado, a torção do tornozelo da Fernanda, a Dorys que já foi machucada para os Regionais e não conseguiu se recuperar a tempo. E, para não esquecer: a fratura grave do Cascata no jogo também contra Mongaguá, em que o jogador adversário caiu sobre a sua perna. Um inchaço instantâneo e a dor forte indicaram já de início uma fratura. Cascata não se abalou. A primeira coisa que ele me disse, já antevendo a gravidade, foi que ele não queria voltar para Diadema, que queria ficar com o grupo. Isso foi o mais difícil de lidar. Ele tinha vontade de ajudar ainda mais o grupo e sabia que não poderiam contar mais com ele dentro de quadra. Queria, por isso mesmo, estar presente fora da quadra durante o restante da competição.Fizemos o atendimento de urgência no Hospital da cidade e fomos até um parceiro do convênio que possuia em Franco da Rocha. Não teve jeito. A imobilização não foi suficiente e, pelo fato dele não parar um segundo sequer, os ossos não se juntaram. Resultado, teve que voltar às pressas para Diadema, ficou internado e constatou-se que a cirurgia era urgente.
Operou. Colocou uma placa de titânio e oito parafusos. Sua casa virou passagem obrigatório dos colegas. Tinha que parar por mais tempo, mas em pouco mais de um mês já estava vindo para os treinos de muleta, trazido pelos companheiros ou vindo sozinho mesmo. Seis meses depois, já treinava no mesmo ritmo dos outros...
Cascata é um dos garotos que iniciou com a gente (disputava os JEDS pela escola José Marcato), por isso nem preciso falar do quanto gosto desse garoto, do quanto admiro sua vontade, sua amizade, seu talento para o handebol e para sair de situações difíceis na vida. Dele não sou técnico, sou verdadeiramente, um amigo. Sem ele, a história aqui de Diadema não teria começado. Devo muito isso a ele... Lembro-me quando vinham até o Campanário. Ele, o Adriano, a Ananda, a Rô e a Tati... Bons tempos, não?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

2006

Ano Difícil... Ano que renderia muitos frutos se tivéssemos tido um mínimo de apoio. Ele não veio. Ou melhor, veio a duras penas. Equívocos de uma diretoria de esporte preocupada em alimentar conflitos e medir forças. Perdemos todos com essa falta de respeito para com um trabalho que estava iniciando sua estruturação.
Até os Regionais ficamos apenas com alguns amistosos e conseguimos realizar a Iª Copa Mercedes-Bens/Diadema de Handebol. Colocamos nossas equipes sub-21 para jogarem com equipes na categoria livre, tudo para dar força a uma preparação. Foram 5 equipes disputando no feminino (Diadema, Cotia, Franco da Rocha, Hand Ibira, Hand Villa) e seis equipes no masculino (Diadema, Cotia, Franco da Rocha, Hand Ibira, Aquático do Bosque e Mercedes). Oito finais de semanas seguidos com tabela pronta desde a primeira rodada e disputa de 5º lugar inclusive, em partidas de 25 minutos garantiram o sucesso de uma competição que foi muito comentada. Os garotos ficaram com a quarta colocação, tendo o Hand Ibira conquistado a primeira edição. As garotas também ficaram com a quarta colocação, sagrando-se campeão a equipe de Franco da Rocha. Fica aí, o recado que seria muito interessante realizar oportunamente mais um torneio na Mercedes.
Bem, os regionais em Caieiras deram frutos inesperados, as garotas conseguiram conquistar a quarta colocação, perdendo a disputa do bronze para a equipe de Cubatão. Chegamos a essa disputa com cinco jogadores machucadas, mas soubemos jogar com muita vontade. Foi uma derrota que assinalava para novas conquistas. Os garotos perderam, em jogo emocionante, a chance de ir para a semi-final. Estávamos na nossa melhor fase e o desperdício de 7 sete metros fizeram a diferença no final. Santos ganhou o jogo e ficou em quarto colocado, puxando os garotos para a oitava posição.
Depois dos Jogos Regionais, participamos dos Jogos Populares de São Bernardo do Campo. As garotas ficaram com a segunda colocação, perdendo a final para a equipe Stones Sports. Já no Primavera, as duas equipes se enfrentaram de novo, só que dessa vez conquistamos o ouro. Foram duas partidas muito equilibradas, o que mostra nosso amadurecimento.
Já o masculino, nos Jogos Populares, ficaram apenas com o Bronze. No primavera, disputamos a final com a forte equipe do Hand Ibira e por pouco não alcançamos a vitória, não fossem as precipitações de alguns de nossos jogadores, uma afobação nas conclusões e desatenção defensiva. Sinais de que os treinos precisariam ser ainda mais fortes e os atletas mais assíduos a eles.



Nesse ano, formamos de fato um grupo mais consistente, mas precisávamos de renovação... Foi um ano de muitos momentos inesquecíveis: choros, alegrias, muitos encontros, alguns desencontros, fortalecimento do grupo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Minas e os Jogos da Primavera de 2005

No final do ano de 2005, participamos com nossas equipes, de um importante torneio em Minas, a IIIª Copa Minas-Goiás de Handebol. O alojamento foi cedido pela prefeitura de Araguari e a cozinha também. Ficamos alojados por 5 dias. Foi nossa primeira grande experiência distante do eixo da metrópole paulistana. Nesse torneio, pudemos observar o nível técnico e a diferença de padrão de jogo das equipes de Minas. Foi uma experiência interessante de competição e de convívio. Divertimo-nos muito, competimos (o que também nos diverte) e estreitamos ainda mais nossos laços de amizade e de compromisso com a cidade.
Em novembro, para encerrar o ano, estávamos com as equipes bem treinadas e no melhor de sua condição técnica e tática. Por isso, participamos dos Jogos da Primavera de Diadema, na expectativa de chegarmos, pelo menos, até a semi-final. Mesmo sabendo que a categoria adulta era muito forte para os garotos e garotas. A verdade é que todos superaram as expectativas e conquistaram ambas as equipes, o honroso segundo lugar. O masculino disputou a final com a excelente equipe do Hand Ibira - uma equipe que é parte de um projeto social muito interessante e que vem se tornando nossa parceira constante nas principais competições que disputamos - e o feminino disputou a final com garotas do Stones Sports acostumadas a ganhar essa competição.
Estávamos, naquele momento, começando a adquirir mais técnica, mais constância nos resultados, requisitos fundamentais para a existência de uma equipe realmente competitiva.

Em 2005

Os treinos foram transferidos para o Clube Mané Garrincha.

Em três dias de treinos, escalonamos os horários, dividindo a quadra para os treinos masculino e feminino simultaneamente, uma vez que estamos lidando com pelo menos quatro equipes. Tentamos direcionar os treinos da tarde para os garotos até 16 anos e à noite, o sub-21. No entanto, esse é um horário mais referencial do que obrigatório, uma vez que alguns garotos e garotas maiores estudam de noite e só podem treinar no período da tarde.
Nesse ano, foi suprimida a ajuda dos vale-transportes aos atletas. Além disso, apesar dos treinos terem mantido sua consistência, só participamos no primeiro semestre dos Jogos da Coordenadoria de Esportes do Estado, os chamados Jogos da Juventude.

Tentamos realizar alguns amistosos, mas o transporte ainda não tinha sido resolvido e alguns jogos foram cancelados. Essa foi toda a experiência acumulada para os Jogos Regionais da Praia Grande no ano de 2005. Como havíamos direcionado os treinamentos dando preferência e valorizando os atletas do município e como a maioria dos atletas dos anos anteriores pertenciam a outras equipes, estávamos com um grupo muito inexperiente e com faixa etária muito baixa (15 e 16 anos em sua maioria) para a disputa competitiva nos referidos jogos.
De toda forma, os Jogos Regionais estavam sendo a única motivação para os atletas e não poderíamos (apesar de termos recebido visitas de atletas bem mais experientes e que queriam apenas disputar os Jogos) decepcioná-los, substituindo-os nas vésperas do campeonato.


Não obstante, a participação surpreendeu pelo entusiasmo demonstrado e pelo espírito de grupo que se criou em meio aos Jogos. Valendo ainda ressaltar que foi uma troca mais do que justa independente do resultado alcançado. Os garotos de Diadema tiveram a oportunidade de vivenciar a dimensão dos Jogos Regionais (que é a mais importante competição do Estado de São Paulo) e perceber a importância do estabelecimento do vínculo com a cidade.
Não tivemos nenhum problema de disciplina com eles e foi muito agradável a estadia durante os cinco dias em que ficamos alojados. Pela primeira vez, talvez, tenham percebido, ainda que de forma distante, que faziam parte de um grupo maior e que havia outras pessoas torcendo por eles. Ao final das contas, os garotos ficaram em 8º (sendo que poderiam ter ficado em terceiro, não fosse a falta de experiência para ir conquistando a vitória num jogo em que eram superiores) e as garotas ficaram em 6º lugar (perdendo apenas para o Campeão São Caetano, na fase classificatória e o Vice-Campeão, São Vicente, na fase eliminatória).

Além desse saldo bastante positivo, os nossos atletas já começaram a receber propostas de outros clubes para jogarem. Hoje, contamos com um número grande de jogadores que começaram em Diadema, jogando nas principais equipes do Estado: MESC/São Bernardo, Itapevi, A Hebraica.
Logo após, os Jogos Regionais de 2005, como forma de motivar os atletas inscrevemo-nos num campeonato que começa a ter uma dimensão muito importante no Handebol, que é o torneio da Freguesia do Ó. Nesse torneio muito disputado e contando com equipes de muita tradição no handebol, pudemos contar com a experiência adquirida durante os jogos e os garotos inscritos na categoria juvenil terminaram a competição em 3º lugar.
As garotas também na categoria juvenil conquistaram o primeiro lugar, mostrando uma nítida evolução técnica, até inesperada em alguns pontos.
As garotas foram convidadas para um torneio organizado pelo Sesi São Bernardo — com jogos realizados também no Clube Mané Garrincha — em cinco partidas realizadas com equipes do Sesi, do Mesc e de Diadema, ganharam quatro, conquistando a segunda colocação em jogo realizado no Ginásio do Baetinha, São Bernardo do Campo.

Vale ainda ressaltar a obtenção de alguns resultados indiretos. Já no começo do ano, os garotos que estavam começando a participar dos treinos no primeiro horário e eram da Escola Estadual Origines Lessa obtiveram a classificação para a fase regional de Handebol após vencerem a rodada de Diadema. O mesmo aconteceu com as garotas da Escola Estadual Padre Anchieta que após vencerem em Diadema ficaram em terceiro lugar na fase do ABC. Além disso, foi realizado o torneio do IMES, o Olimpimes e as garotas, todas atletas nossas, da Escola Estadual Simon Bolívar, conquistaram em São Caetano, o primeiro lugar nessa competição que se realizou em outubro de 2005.


Um Pouco da História Recente do Handebol na cidade



Nos últimos anos (pelo menos, desde 2000) Diadema sempre foi representada nos Jogos Regionais e nas demais competições por equipes de outros clubes, escolas ou cidades (Mesc, Iemano, São Bernardo). Esse trabalho ou era fruto do voluntariado de alguns professores de fora do quadro da prefeitura ou era resultado de contratos temporários. O que acontecia é que não havia como fortalecer as equipes com alunos da Escola de Esporte uma vez que elas eram, quase sempre, pré-formadas ou tinham pouca possibilidade de absorver esses garotos.
Em 2004, deu-se a chance de se abrir mais uma frente dentro das equipes representativas, retirando do quadro da escolha um professor de carreira a fim de suprir, justamente, essa carência nas categorias menores, a saber, cadete e juvenil. Os treinos não tinham local para acontecer e optou-se pelo Campanário. Aceito o desafio (e, diga-se de passagem, que desafio), começamos a chamar os alunos que haviam se destacado nos últimos Jogos Escolares realizados em Diadema, ou seja, 2003. Privilegiamos, inicialmente, os garotos e as garotas de 14, 15 e 16 anos. Mas, as dificuldades de acesso até o Ginásio e o real medo dos pais que foram até lá ver o local dos treinos impediram que tivéssemos um número aceitável de jogadores. Desta forma, resolvemos chamar também jogadores de 13 e 12 anos. O grupo ficou muito heterogêneo, mas era um começo.
Ginásio em péssimas condições de higiene e com dificuldade de manter o horário do treino devido a freqüentes invasões da comunidade, aos poucos, pela insistência do grupo que queria muito treinar e do Coordenador à época fomos conseguindo reverter o quadro.
Treinos iniciados em março, e, logo em seguida, os Jogos Populares. As garotas, ainda assim, conseguiram um honroso terceiro lugar (graças à abertura da categoria sub-16), nesse que seria o primeiro e último campeonato delas durante o ano todo. Os garotos entraram no Pré-Olímpico e sofreram com a desorganização do Campeonato. Tivemos mais jogos cancelados que jogos realizados. Além do mais, tivemos que entrar na categoria sub-21, o que realmente dificultou o equilíbrio dos jogos iniciais.
É preciso dizer que durante esse ano todo recebemos uma grande ajuda técnica. Um dos professores contratados para as equipes principais de Diadema (Adriano, na foto ao lado), vinha rotineiramente assessorar o nosso trabalho instrumentalizando os treinos e direcionando atividades. Isso contribuiu muito para o diálogo junto à equipe maior masculina, permitindo com que alguns atletas freqüentassem os dois treinos.
As garotas, mesmo sem quaisquer jogos oficiais e apenas alguns amistosos, mantiveram-se fiéis aos treinamentos e cresceram muito em termos de habilidade e conjunto. Os garotos ficaram em quarto lugar no torneio Pré-Olímpico e obtiveram também uma técnica mais apurada e uma vivência mínima de jogos. Ambas as equipes terminaram o ano com uma carga insuficiente de jogos, bem abaixo do esperado de um início que teria que ter recebido uma atenção especial da direção do, então, DEPEL.

Nosso blog!

O ano de 2007 está acabando... E nós, começando nosso blog.
Sinal de que temos ainda muito fôlego, muita energia para transformarmos essa convivência no esporte em experiência de uma vida inteira. Nós que não conseguimos ficar longe das quadras sabemos que esses dias, meses, anos juntos merecem ser lembrados, revividos, guardados.
Eu que estou me acostumando a mexer na internet vou precisar de ajuda para manter ativo esse blog. Uma forma a mais de perceber se pulsa intensamente o handebol dentro de nós, de fato.
Proponho-me a registrar aqui minhas impressões, algumas objetivas e, na medida do possível, explicativas. No entanto, muitas delas, subjetivas e passionais (afinal o esporte não é esse redemoinho de fortes emoções?) por isso mesmo passíveis de serem criticadas, comentadas, contestadas.
Somos sabedores de que uma história já começou. Difícil, cambiante, oscilante e ao mesmo tempo forte, marcante, apaixonante. Ela teve início lá no Ginásio do Campanário quando reunimos alguns garotos e garotas que haviam disputado em 2003, o último JEDs. (Jogos Escolares de Diadema). Formamos nossa primeira equipe, os primeiros passos dados com alunos das escolas de Diadema. Uma coisa os unia... Era a vontade. A percepção de que faziam parte de algo maior. Algo que para alguns faria, em pouco tempo, todo o sentido, toda a diferença. O gosto pelo jogar transformado em paixão pelo handebol e por representar a cidade. Paixão que envolve sacrifício, esforço e claro, talento...
Decepção, frustração, desânimo, alegria, êxtase, luta vivem juntos demais no esporte. Encontrar dentro de si o equilíbrio capaz de dar conta desse incrível redemoinho, diz um pouco do que é ser atleta em Diadema e, em suma, conta um pouco da história de nosso grupo.
Se eu pudesse mostrar numa imagem o que esse primeiro momento, no Campanário, representou eu seria obrigado a mostrar algumas fotos... Mas uma delas, seria com certeza essa. Sinal de uma amizade, de um sentido, de um carinho, de uma confiança: um presente.