sábado, 21 de outubro de 2017

Pedaços








Depois de alguns anos, resolvi voltar a falar de um handebol persistente, insistente, sobrevivente. De um handebol que vive na periferia, nas sobras daquilo que o Esporte institucionalizado descarta.  Nossa, e esse esporte oficial, descarta tanto...
De desejos que se cruzam nas quadras e permanecem nas horas esculpidas pela vontade de se fazer o que quer, do jeito que dá...

Às vezes, só lembranças; outras, só instantes. Todos, marcantes o bastante, para reescrevem histórias.

Um esporte, o Esporte, o handebol, são reavivados pelo tanto de emoção, de calor, de suspiro e choro que proporcionam; pela entrega que nos testa e pelos desafios que nos viciam...


Participar de algo assim, é o que dá sentido ao sem-sentido das políticas estacionadas e desvirtuadas. Planejamentos equivocados, interesses egocentrados fazem do esporte esse barco sem rumo, vagueante ou guiado pelo sabor dos ventos intermitentes. O encontro, o sorriso, o desafio, a luta, a paixão, a chama que permanece: só isso explica a relutante vontade de continuar.

Daqui e dali vou tirando os pedaços, trechos de emoções que a quadra revela e sintetiza.
Os rostos, os sorrisos, os momentos... A sensação incontestável de que algo nos preenche, uma espera reconfortante pelo reencontro: na rotina dos treinos que são necessários, ou no domingo de manhã, em que já não há outro querer se não o de estar na quadra, jogando, treinando. 

A bola, a cola, os rituais do jogo e do treino. No handebol, o mundo que queremos é alimentado por aquilo que a paixão não deixa acabar.