quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Garotas campeãs da Liga Metropolitana de Handebol Amador


Terminando a fase classificatória da Liga em 2008, uma boa hora para revermos nossa caminhada e juntarmos as tão necessárias forças para terminarmos bem o ano. Ainda temos pela frente os Jogos Abertos, as semifinais da Liga e os Jogos da Primavera.
Revi algo que tinha escrito às garotas campeãs e achei interessante colocar aqui...
Ai, vai!
Recados às nossas atletas...

Jadna
Nossa capitã. Parabéns. Que mais posso dizer? Poderia dizer o quanto você melhorou como atleta, o quanto está sendo importante como líder de um grupo que começa a perceber que pode ser vencedor, o quanto se dedica aos treinos (e isso faz uma diferença enorme). Lembro-me da pequena garota, ainda um pouco fora de forma, lá na Mercedes, na primeira partida que fez com a gente. Já sabia que essa mesma garotinha iria nos dar muitas alegrias. E que só dependeria de você conseguir uma condição física e técnica ainda melhores. Pois bem, seu esforço foi coroado. No esporte, mas também sei que é uma batalhadora na vida. Fiquei muito orgulhoso de poder passar para suas mãos a primeira taça nossa tendo-a como capitã. Merecemos mais, ou duvidam disso?
Capitã, levanta a taça que ela representa resultado do esforço de um ano inteiro...

Nádia
Nossa temperamental Nádia. O que para as outras pessoas pode até ser uma manha aqui, outra ali (e, sendo bem sincero, é manha mesmo!!), sabemos o quanto se esconde atrás desse comportamento, uma vontade muito grande de querer ser o centro das atenções. Talvez porque você o mereça mesmo. Ou ainda tem dúvidas do quanto se tornou importante para a nossa equipe? Tem dúvidas da sua melhora, do quanto progrediu? Mas também do quanto ainda poderia ter melhorado se substituísse essa manha toda por uma aplicação ainda maior? O que posso dizer é que vejo também aí nessa manha, uma escondida maneira de se inconformar... De querer encontrar o caminho da excelência. Se isso continuar a movê-la, tenho certeza de que conseguirá dar os saltos que tanto sonha dar.

Karina
Já dissemos e vamos repetir... Se treinasse mais e se se desse o valor que eu e o Fernando damos ao seu handebol, estaria numa condição ainda melhor que a de hoje. Ou duvida disso. Você faz parte da equipe tanto quanto as outras garotas. Todas erram, todas têm problemas, algumas desistem, outras insistem fazer o que as motiva, o que as alegra. O handebol é parte de sua vida? Então, não tenha medo de seguir nesse caminho.

Fernanda.
Lado esquerdo... Lado forte... Lado esquerdo... Lado forte... Sabe qual é o seu lado forte? O de dentro... Tão dentro, que às vezes não deixa ninguém saber que ele existe. E sabe por quê? Porque acha que esse lado é o lado que a expõe, o lado que a revela sentimental, meiga e que a faz fraca... Mas, saiba: não é. É o seu lado forte mesmo. O lado companheiro e solidário. Assim você se demonstra na defesa, assim você ajuda a dar coesão ao nosso grupo. Sem sua presença constante nos treinos e nos jogos, nossa equipe, seria menos do que é. Só precisa deixar de querer esconder o tempo todo esse lado forte que tanto a faz ser especial para nós.

Solange.
Ô garota difícil. Tão geniosa e também tão meiga... Como pode isso dentro de uma pessoa só? Pois é, essa é a Solange. Confesso que até eu tinha medo de me deparar com você num dia de fúria, contrariada, sempre a ponto de estourar e a um passo de perder a linha... Mas a Sol foi mudando, entendendo mais nossas dificuldades enquanto grupo e aprendendo a dosar seus rompantes. Logo se enturmou. Encontrou nas garotas da equipe também amigas para momentos que extrapolam a quadra. A garota sincera, de humor refinado, de temperamento forte e crítica soube encontrar nos gols que faz uma forma bonita de extravasar as tensões, as dores e o sofrimento. A Sol como o próprio apelido diz, é uma estrela. Uma estrela que a gente não sabe mais ficar sem. Um treino com a Sol é sempre um treino iluminado e aquele certo receio que tinha no começo se tornou completo deslumbramento por ver tão belos gols, tão bela maneira de jogar.

Débora.
Uma paixão a move, disso temos certeza. Podem haver outras paixões, é claro, mas uma é a principal: jogar handebol. Ah, o quanto é bom ver que aquela garota introvertida, tímida e assustada com o jeito demasiado extrovertido de suas colegas de equipe, veio a se tornar uma enorme goleira. Tão grande que, apesar do tamanho, é capaz de ofuscar o brilho atacantes de modo que uma bola quase sem chance de defesa se torna um aplauso para a nossa goleira. Uma defesa é capaz de tirar sorrisos, é capaz de renovar as esperanças de uma equipe, de permitir reações, de reviver o espetáculo. Some-se a isso o fato de que você se tornou nossa primeira atacante, com lançamentos precisos, lançamentos que são assistências, lançamentos que, tão bonitos quanto suas defesas, fazem a gente perceber o quanto somos loucos, o quanto somos tomados por essa paixão que a Débora tanto sabe fazer a gente sentir todo o tempo na pele...

Silvana.
Sem jogar com a gente, já a admirava. Vendo-a jogar, encantava-me. E pensava, que alegria seria poder ser o técnico dela. Admirar-me vendo-a jogar com a gente. Garota difícil de mostrar os sentimentos, difícil de se abalar, por isso, capaz de decidir. Pedra rara, jóia lapidada. Sua experiência, sua simplicidade para jogar, seu sério envolvimento, sua alegre motivação não só nos ajudam como equipe, também nos ajudam como pessoa. Não é à toa que a chamam de tia. Uma linda tia. Aquela pessoa com a qual aprendemos sempre. Só que com ela aprendemos da forma mais alegre e fazendo o que mais gostamos.

Maria.
Ah, Maria. Tanto a dizer para você... Já aprendi a conviver com esse misto de amor e fúria, amor e ódio, amor e descompasso, amor e destempero. Ah, mas sobretudo o amor... Não é isso o que nos guia na vida, não é isso que a faz ser do jeito que só você sabe ser? Contagiante, intensa, divertida, o centro: uma estrela. Essa baianidade fulminante, esses hormônios à flor da pele. Maria parou os regionais. Verdade. Pararam para admirar essa baiana que se atreve a jogar handebol e que, se me permitem a ousadia inconseqüente, tão bem sabe mexer os quadris.

Carolzinha.
O que esperar de uma garota que para se alojar numa sala de aula nos regionais trouxe a própria barraca de camping? Ou que, dez minutos antes de um jogo da Liga vai tranqüilamente no banheiro descarregar todas as tensões escatológicas e praticamente interdita o vestiário para as adversárias que acabavam de entrar? Ou que é capaz de armar o maior choro só porque uma amiga disse que ela era, — o que mesmo? — chata? Ou que insiste em continuar na equipe apesar de todas as resistências que encontrou no começo (até ela mesma perceber que o que ela achava que era algo contra a pessoa dela, na verdade era apenas uma forma de cobrança, uma forma inadequada de mostrar o quanto ela é importante para o grupo)? Ou de uma garota que mesmo sem efetivar o contrato com a prefeitura se dispôs a dar os primeiros passos como professora e a ensinar o que daqui a alguns anos talvez se transforme na próxima equipe de Diadema? Tudo isso é a Carolzinha. Tão importante e tão surpreendente. Todos sabem que aceitar a Carolzinha como central é entregar, de alguma forma, seu destino um pouco nas mãos dela. E não é isso, por si só, uma grande aceitação?

Josi
Sabemos de sua torcida pela gente... Uma torcida que se transforma em ação. Não consegue desgrudar do handebol porque esse vício pegou você também de jeito. Nessas finais todas perguntaram porque não estava lá. Todas gostam muito de sua presença, quando treina, quando joga. Só pedimos para que ouça a todas e não saia o ano que vem, continue. Sua força, sua paciência, seus conselhos são muito importantes para nós.

Caroline
Outra garota geniosa, autêntica, sincera, espontânea... Outra garota importante para a gente. Passar por cima das cutucadas e provocações das garotas foi algo que fez com facilidade. Enturmou-se e tanto quanto as outras faz parte dessa nossa equipe. Esperamos contar com sua alegria, sua dedicação, seu empenho nos treinos e nos jogos por muito tempo. Sabemos que podemos errar em nossas decisões, sabemos que podem não concordar, mas tudo o que fazemos é para levar em conta o futuro de vocês enquanto equipe. Confiamos em todas, especialmente em você, no seu talento e na sua liderança.



Nicolli
Minha aposta pessoal. Não é tarefa fácil transformar uma aluna em atleta. Ainda continua esse processo de lapidação. Está incompleto ainda. Será que poderemos ver tudo o que uma garota com tantas qualidades pode desenvolver? Não tenho dúvidas que se a dedicação superar as dificuldades que enfrentamos sempre pelo caminho, você se tornará uma grande atleta. Algumas qualidades já a diferenciam. Sabe escutar, sabe entender o momento que vive dentro da equipe, sabe esperar, é inteligente, é observadora e é encantadora. Diadema precisa de você, saiba disso. Você me disse no jogo para eu não ficar comparando você com ninguém. É verdade. Essas qualidades que citei aí, outras as possuem, mas poucas possuem todas juntas.

Janaína
Você se lembra dos primeiros treinos aqui com a gente? Eu lembro. Se tem uma coisa que nos faz melhores do que éramos no dia anterior é o fato de acumularmos boas lembranças. Pois, é. Eu me lembro da Janaína perguntando dos treinos, da Janaína afastada das outras, toda tímida, calçando seu stabil antes de começar o horário do treino. Lembro da Janaína toda imponente com seus 1,50m me dizendo que era meia-esquerda e que jogava na equipe das veteranas do Diadel, uma equipe que já fez história aqui na cidade. Lembro-me dos seus arremessos de apoio que freqüentemente encontravam no caminho até o gol o rosto das garotas. Era uma pancada atrás da outra. Aos poucos ela foi aceitando ser a armadora central. Lembro-me das conversas que tínhamos sobre tantas coisas no começo, quando não éramos ainda um o desafeto do outro. Da Janaína, tornei-me amigo no mesmo tempo em que me tornei o seu técnico. Isso cria vínculos. Só que aí descobri que na escala dos técnicos e professores eu era o último... Primeiro vinha o Valensa, depois o Fernando, depois a Leyla, depois não sei mais quem, mais outro, mais outro e depois o Zé Roberto... Acostumei a ver na cara de buldogue no treino uma forma toda própria de se dirigir à vida também. Janaina nos treinos e nos jogos é como é na vida. Atira-se, quer decidir, quer chamar a responsabilidade para si, quer enfrentar, quer brigar, quer resolver. Sua virtude é também seu vício. No entanto, vai aprendendo (sei que aprende) a dividir a responsabilidade e se torna uma garota que começa a ver diferente algumas coisas. O que era sua maior característica teve que ser amadurecida: o ímpeto, a ousadia. O que era o mais difícil de dizer para a Janaína sem receber em troca aquela fulminante cara de buldogue, era que nem sempre ela deveria arremessar ou que ela não deveria precipitar-se.
Bom, a equipe de Diadema não existe sem você. Se você não estivesse aqui, nossa equipe, de alguma forma, teria que ser reinventada. Diadema seria outra. Por isso é tão ter você ao nosso lado. Existe pessoa mais companheira de todas vocês, garotas e garotos, que a Janaína? Existe alguém que se identifica mais do que a Janaína com nossa equipe do que ela que nos acompanhou pra todos os lados, para o fundo do poço ou para as comemorações mais emocionantes? Pensem num momento marcante aqui da nossa equipe e tentem ver se ela não estava presente. Duvido que consigam.

Emmanuelle.
Tê-la na nossa equipe é um privilégio. Poder vê-la evoluindo, poder vê-la se tornando peça fundamental para nós; vê-la se identificando com as garotas e as modificando com seu jeito meigo e verdadeiro é algo que tem feito a gente melhorar como equipe. Sabemos das dificuldades que tem para poder vir treinar, da distância, mas sabemos também o quanto sua dedicação tem tornado-a mais habilidosa, mais forte, mais rápida. Vemos o quanto gosta de jogar handebol, o quanto a faz feliz poder ser parte de uma equipe em que é reconhecida como importante. Sua vontade de aprender, a adaptabilidade, a alegria, o empenho mostram que somos, eu e o Fernando, privilegiados por termos você como nossa atleta.

Tati
A pequena Tati cresceu. Cresceu tanto que já se encaminha para uma nova fase em sua vida. Mas sabemos que o handebol sempre fará parte de sua vida, de seus sonhos, de seus horizontes. Aqui, as portas estarão sempre abertas, pois Diadema é a sua casa. O que temos que dizer é apenas o quanto estamos agradecidos por você fazer parte dessa linda história do nosso handebol; agradecidos pelas ajudas, por participar com a gente de momentos tão intensos e bonitos.

Ananda
Ão, ão, ão... Ananda Seleção... Nosso grande orgulho, nossa grande atleta. Mostrou isso nessas finais com a gente. A maturidade com que joga, a percepção do jogo, a vontade, a garra e o talento fazem de você alguém que não só Diadema precisa muito, mas também o Brasil. Ser atleta é isso. É entregar-se a algo sem limites, lutar, lutar e não desistir. É descobrir que a alma de todas em quadra se soma à sua para provocar a diferença. E você sabe tão bem causar isso. Conhecemo-nos já faz tempo, somos parte de uma família não é mesmo? E quem ama desse jeito só pode querer o bem da pessoa onde ela esteja. Por isso, saiba que sempre haverá muita gente torcendo por suas vitórias, desejando que seus esforços se transformem nas mais altas conquistas... Faça isso pela gente...