quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mais de um ano?

Bem mais de um ano sem dizer uma palavra aqui no blog. O que dizer quando precisamos mesmo é escutar? O que escrever quando a tarefa principal deve ser sempre ler? Ler o que nos dá prazer, ver o que nos encanta, compartilhar o que nos emociona... A tarefa de escrever num mundo onde todo mundo publica tudo, sobre qualquer coisa, é uma tarefa que quase não deve ser posta em prática... rss. Relutei e reluto... Mas e quando a tarefa de escrever é um comunicar que precisa ser empreendido? Aí, esse escrever tem outro caráter... Ele passa a não ser mais algo extremamente particular e alcança a dimensão sóbria de um querer integrar. E esse é o momento aqui no handebol de Diadema.
Em mais de um ano... Muita coisa aconteceu. De todas, destaco a passagem meteórica do Daniel Suarez. Ele fez eu rever alguns conceitos sobre o treinamento e sobre a própria figura do treinador. Cada um a seu modo, mas sempre da forma mais séria e digna possível. Ser compenetrado e responsável na tarefa de treinador é uma lição que aprendi com o Cubano. Um amigo que já não vejo mais. Ele, assim como um meteoro, passou e deixou lembranças...
Nesse sentido, ser treinador não é algo egoísta ou que deve reforçar pretensões apenas pessoais. Na tarefa de treinador, colocamos em nossas mãos, alguns possíveis futuros talentos, despertamos paixões, incutimos valores, também deixamos lembranças. Colocamos em jogo um pouco dos horizontes de outras pessoas. Ser o mais criterioso e competente possível não é só um estado de querer ou não querer. Envolve a dimensão do "precisar ser". E para essa tarefa, o Daniel me inspirou.


Agora, num novo caminho, a Federação nos aguarda. Falarei um pouco sobre essas expectativas, as energias gastas e os desafios impostos diante da tarefa ambiciosa de dar uma sequência ainda mais vibrante ao que fazemos como treinadores... Falo de todos os treinadores, mas ciente eu da minha incipiente experiência...
O cubano me mostrou o que é ser competente no que se faz. Postura, altivez, conhecimento e talento. Sei onde é preciso chegar e o que é preciso carregar comigo...
As cartas estão na mesa. Mas elas estão viradas para baixo e não tenho a mínima ideia de quais cartas serão viradas. Sei o que carrego comigo. E isso já nos dá uma vantagem e tanto diante de quaisquer cartas!